O Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation está se consolidando como centro de excelência com reconhecimento internacional. As atividades realizadas ao longo deste ano espelham os avanços obtidos em pesquisa e extensão.
Visitas de pesquisadores, de delegações governamentais, de representantes de empresas e outras instituições; workshops, seminários e o lançamento de uma coleção de livros marcaram o ano de 2018 no Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI). Ao longo do ano foram realizadas dezenas de atividades, internas e externas, além de uma agenda intensa de viagens ao exterior para intercâmbio de conhecimento e prospecção de novas parcerias com instituições estrangeiras.
O reconhecimento do RCGI como um centro de excelência pode ser medido por algumas das visitas recebidas em 2018. Em abril, o diretor científico do Centro, Julio Meneghini, recebeu a ministra-chefe da Fazenda do Reino Unido, Elizabeth Truss. Em outubro, o vice-presidente executivo de Tecnologia da Shell, Yuri Sebregts, e o vice-presidente de Poços, Águas Profundas e Tecnologias de Engenharia de Superfície da companhia, Christian George, vieram conhecer o Centro. No mesmo mês ocorreram as visitas de Alfredo Renault, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e de José Carlos Tigre, Conselheiro Técnico de P&D da agência, além de vários executivos da Shell no Brasil.
“Em apenas três anos de atividades, o RCGI ampliou seu portfólio de projetos – hoje são 46 com cerca de 320 pesquisadores envolvidos – e se concentrou em soluções que ajudem a reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa. São pesquisas de ponta que visam processos e produtos inovadores, e isso vem despertando a atenção de governos e de outras instituições”, afirma o diretor científico do RCGI, o professor Julio Meneghini.
Ele revelou que o mais recente projeto do Centro, que estuda um software aberto de simulação numérica para a resolução de problemas inversos e envolve cerca de 60 pesquisadores, deve originar um novo programa no RCGI, com foco na área de geofísica. “O projeto originou-se de uma demanda de um time da Shell que lida com geofísica. É uma expansão espontânea dos temas de interesse do RCGI. Estamos entrando em outra seara, que é a sísmica”, explica.
O RCGI, segundo ele, também está avançando na gestão de seus projetos para alcançar o máximo de eficiência. Entre outras iniciativas, foi criada o Atena, uma ferramenta que facilita o acesso dos gestores e patrocinadores do Centro ao andamento dos projetos. “Além disso, as reuniões de acompanhamento de projetos feitas pela equipe do Dr. Rob Littel, responsável pela plataforma de abatimento de emissões da Shell, permitiu um feedback com críticas de alto nível sobre os projetos”, afirma.
Eventos e viagens – Para estimular a troca de conhecimento, o RCGI tem organizado mais eventos e viagens com seus integrantes. Em 2018, foram 15 eventos internos, com destaque para a conferência internacional Sustainable Gas Research and Innovation (SGRI), que aumentou de tamanho e relevância em sua segunda edição.
Realizada em setembro, a conferência contou com palestras de sete keynote speakers, entre eles representantes da Petrobras, Shell, do Center for Energy and Environmental Resources da Universidade do Texas, da Energy Information Administration (EIA), da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e da ANP. Além de apresentação de pesquisas em vídeos, foram realizadas diversas sessões paralelas para apresentação oral dos trabalhos que vêm sendo conduzidos por pesquisadores do RCGI e do Sustainable Gas Innovation (SGI) do Imperial College London – parceiro do evento.
Como nos anos anteriores, pesquisadores do RCGI também marcaram presença em eventos externos, a exemplo do Seminário Internacional Mobilidade e Gás Natural, realizado no Rio de Janeiro; e das atividades em São Paulo nas Sweden Brazil Innovation Weeks, com a participação da professora Dominique Mouette, coordenadora do projeto 25 do RCGI.
Em 2018, em busca de novas oportunidades para colaboração, 35 pesquisadores realizaram viagens ao exterior. O diretor científico do RCGI, Julio Meneghini, visitou diversas instituições nos Estados Unidos, Holanda, Inglaterra e Japão. Ele também participou de eventos internacionais como a International Conference on Spectral and High Order Methods (ICOSAHOM 2018), na Inglaterra, e a Greenhouse Gas Technology Conference 2018, na Austrália, entre outros, além de visitar plantas de Carbon Capture and Storage (CCS) no Japão e na Austrália.
“Em todos esses lugares nossa missão foi apresentar o RCGI, para quem não nos conhecia ainda, e estabelecer novas parcerias, como as que estamos buscando com as universidades americanas de Illinois, Michigan, Texas A & M e Purdue”, conta Meneghini.
Segundo ele, um dos destaques do ano foi o estreitamento de laços com o National Science Foundation (NSF). “Estamos estudando uma parceria C2C – Center to Center, pois o NSF mantém centros de pesquisa em engenharia com os quais há grande potencial de colaboração.”
Lançamentos – O RCGI também vem se destacando na difusão do conhecimento. Sete títulos da coleção RCGI/USP/Synergia foram lançados em 2018. A série é fruto das investigações realizadas pelos cientistas do RCGI no âmbito de diferentes parcerias entre a USP e agentes governamentais, sociais e empresariais do setor energético, e aborda diversos aspectos do uso do gás como distribuição, regulação, aplicações inovadoras na indústria, substituição do diesel pelo GNV ou biometano, e até royalties do petróleo.
Em julho, pesquisadores do RCGI também lançaram o site http://rcgilex.com.br/, para divulgar notícias sobre da regulação do setor energético. Em outubro, o mesmo grupo lançou a revista semestral Energia, Ambiente e Regulação e a newsletter mensal RCGILex News.
Também merece destaque o lançamento, em maio, de um grupo interdisciplinar a princípio dedicado ao tema “Percepção Pública de CCS”. Após encontros mensais e discussões sobre o assunto, a equipe realinhou seus interesses, direcionando-os para o tema “licença social de operação” de grandes projetos na área do petróleo e gás, com destaque para CCS. Em novembro, o grupo trouxe a cientista social Peta Ashworth, pesquisadora da Escola de Engenharia Química da Universidade de Queensland, na Austrália, para o seminário Gaining a social licence for energy technology projects.